Como escrever um relatório
Prof. Me. Romulo Oliveira Albuquerque
FATEC de São Bernardo do Campo
romulo.oliveira@gmail.com
romulo.albuquerque@fatec.sp.gov.br
Resumo
O objetivo deste texto é mostrar como redigir, de forma correta um relatório na área de Eletrônica observando as regras para formatação estabelecidas pela escola. Tambem é mostrado a divisão do relatorio: Introdução teorica, Procedimento Experimental, Conclusões e Referencias.
1. Introdução
Seja por falta de conhecimento ou simplesmente por não dar a devida importância, a maior parte dos alunos escreve um relatório de forma inadequada, seja no conteúdo seja na forma, e muitas vezes o professor é conivente ou por desconhecimento ou conveniência, pois exige um tempo extra para a correção. O aluno deve ser lembrado da importância do mesmo usar esses conceitos na futura vida profissional, seja ao escrever suas ideias de forma clara ou mesmo escrevendo artigos sobre produtos da empresa onde trabalha. As principais falhas são o excesso de informações desnecessárias, a falta de comparações entre os resultados obtidos e a teoria, gráficos feitos sem nenhum critério e principalmente a falta das conclusões.
2. O formato
O caso mais comum nos dias de hoje é usar um editor de texto para escrever o relatório, não sendo excluída a possibilidade de ser manuscrito, o que evidentemente deve ser feito com uma caligrafia em letra técnica, não sendo recomendado na nossa escola (Fatec SBC). Existem escolas que exigem o formato de duas colunas seguindo a mesma norma de artigos, novamente na Fatec não será usado esse formato. O relatório é subdivido em:
· Cabeçalho de identificação do grupo (bancada);
· Lista de material usado;
· Introdução teórica;
· Procedimento experimental;
· Considerações finais;
· Referências bibliográficas.
O fonte (letra) usada é Arial 12, para o texto, 12 negrito para subtítulos e titulo (no cabeçalho), Arial 10 para legenda de figuras, tabelas e gráficos e para a fonte (origem) da pesquisa. A folha deve ser A4 com margem esquerda e superior 3 cm, e direita e inferior 2 cm.
Figuras, tabelas, gráficos devem ser formatos conforme a figura 1 onde a legenda (breve descrição) da figura ou gráfico deve ser numerada de acordo com o aparecimento no texto. Na parte inferior a origem (Fonte), no caso é autoria própria. Observar que o gráfico foi feito no Excel podendo alternativamente ser feito manualmente em papel milimetrado, neste caso deve ser colocado como apêndice no final do relatório com chamada no texto (ver gráfico da curva característica no Apêndice A).
Figura 1 - Gráfico da curva característica de um gerador de E=9 V e Ri=220 Ohms
Obs: A legenda na parte superior, figura 1, é de acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Tecnicas). Voce pode optar por colocar a legenda da figura na parte inferior, figura 2. Observe o tamanho do fonte, Arial 10.
Figura 2 - Gráfico da curva característica de um gerador de E=9 V e Ri=220 Ohms
Fonte: Autoria própria
A Figura 2: Formatação de figura e imagem, forma alternativa, com titulo na parte inferior da imagem.
3. A Introdução teórica
Para uma boa compreensão do que será feito, deve ser feita uma pesquisa sobre o objeto da experiencia, por exemplo, se o título da experiencia é Gerador de Tensão Real e Máxima transferência de Potência, deve ser pesquisado sobre o que é um gerador de tensão real, características, curva característica e equações, que devem ser numeradas. Nesta secção devem aparecer todas as equações usadas para compreender a operação do circuito. Cálculos intermediários devem ser omitidos. Equações e expressões relevantes devem ser mencionadas e numeradas.
Exemplo: A tensão nos terminais de um gerador em função da corrente é dada por:
V=E- Ri.I ( eq. 1)
Onde E é a força eletromotriz em V
Ri a resistência interna em Ohms
I a corrente fornecida em Amperes
V a tensão nos terminais do gerador
Cada parágrafo se obtido de texto (livro ou artigo) com autoria, deve ser referenciado, como por exemplo. De acordo com Albuquerque (2014) um gerador de tensão real tem uma resistência interna, Ri, que faz a tensão nos terminais variar quando a carga externa varia de valor. No final, nas referências , deve ser inserida a referência de acordo com a norma. Procure simplificar o conteúdo da introdução teórica escrevendo o que for estritamente necessário ao procedimento experimental, sem, contudo, excluir informações relevantes que serão usadas no experimento.
4. Procedimento experimental
Nesta secção serão feitas as medidas de tensões, correntes, formas de onda permitindo comprovar uma teoria, uma equação ou o comportamento de um circuito. Com esses dados pode-se construir gráficos, comprovar características de circuitos, confrontando na sequencia esses valores medidos com os teóricos e permitindo que conclusões possam ser tomadas. Os circuitos usados devem ser representados com todas as indicações dos valores e nomes dos componentes, indicação de pontos de medidas, como por exemplo tensão de entrada (Ve) tensão de saída (Vs) se for o caso.
5. O uso de simuladores
Devem ser usados para complementar a experiencia, mas não para substituir. Não esqueçamos que os componentes e instrumentos usados no simulador são ideais, principalmente resistores, sendo que não existem problemas de contato e os erros de leitura não existem só para citar alguns itens que lembrar das diferenças entre simular o funcionamento e montar o circuito em uma placa ou matriz de pontos.
Obs: Simuladores que podem ser usados são: Multisim, Microcap, Pspice, PartSim, Digi-key, Proteus, Yenca (crocodile Clips), PSim
6. Considerações finais
Sem dúvida é a parte mais importante de um relatório, é onde os resultados obtidos serão confrontados com o que a teoria previu. Essas comparações em geral são feitas através de gráficos, formas de onda e tabelas. As diferenças entre os resultados medidos e os teóricos devem ser justificados.
7. Referencias
As referências bibliográficas usadas devem ser colocadas no final seguindo as regras estabelecidas pela escola. No texto, principalmente na introdução teórica o autor ou autores usados para a pesquisa bibliográfica devem ser citados como mostrado no item 3. Nesta seção devem ser listados em ordem alfabética no formato:
ALBUQUERQUE, R.O. Analise de Circuitos em Corrente Continua. 23. ed. São Paulo: Erica, 2012
ALBUQUERQUE, R.O. Medida de defasagem. Disponivel em <www.eletronica24h.net.br/medidadedefasagem.html>. Acesso em: 04 de abr. de 2018
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24p.
Veja aqui um relatorio feito na Faculdade de Tecnologia de SBC.